Viagem a Marte pode causar danos no cérebro, diz estudo

Raios cósmicos podem afetar os astronautas e causar sequelas semelhantes às sofridas por pessoas com demência..

Mais rápido de que a luz

Partícula intriga ciêntistas...

Viagem à Marte 2023

GRUPO DE VOLUNTÁRIOS PARA COLONIZAR MARTE EM 2023 SE REÚNE NOS EUA ...

quarta-feira, 20 de maio de 2015

NASA testa avião elétrico com com decolagem vertical


Uma equipe do Centro de Pesquisas Langley da NASA está desenvolvendo um conceito de um avião movido a bateria com 10 motores que é capaz de realizar uma decolagem vertical, ou seja, pode decolar como um helicóptero e voar de forma eficiente como uma aeronave. O protótipo chamado de GL-10 (Grease Lightning), está atualmente na fase de projeto e testes. O pensamento inicial foi desenvolver uma aeronave híbrida com envergadura de 6,1 metros movida a diesel  e a motores elétricos, porém a equipe começou com versões menores para testes, construídos por prototipagem rápida.




 O teste bem sucedido do avião elétrico da NASA

Durante o dia os engenheiros testaram o  GL-10 em uma base militar cerca de duas horas de distância da base da NASA. O avião pilotado remotamente tem uma envergadura de 3,05 metros, oito motores elétricos nas asas, dois motores elétricos na cauda e pesa um máximo de 28,1 kg. A Nasa construiu 12 protótipos, no total, a partir de um simples modelo de 2 kg de espuma até 25 kg de fibra de carbono de alta qualidade. “O protótipo atual é mais silencioso do que um vizinho cortar a grama com um motor movido a gás” afirmam os engenheiros da NASA.


 Se a versão reduzida do GL-10 provar a sua destreza aerodinâmica, a equipe, com da NASA espera comercializar a tecnologia que pode ser usada para a entrega de pequenos pacotes, vigilância de resistências, agricultura, mapeamento e outras aplicações. 

Ainda de acordo com os engenheiros da NASA, uma versão ampliada, muito maior do que a testada teria aplicações como veiculo aéreo pessoal.

Uma equipe do Centro de Pesquisas Langley da NASA está desenvolvendo um conceito de um avião movido a bateria com 10 motores que é capaz de realizar uma decolagem vertical, ou seja, pode decolar como um helicóptero e voar de forma eficiente como uma aeronave. O protótipo chamado de GL-10 (Grease Lightning), está atualmente na fase de projeto e testes. O pensamento inicial foi desenvolver uma aeronave híbrida com envergadura de 6,1 metros movida a diesel  e a motores elétricos, porém a equipe começou com versões menores para testes, construídos por prototipagem rápida. NASA testa avião elétrico com com decolagem vertical O teste bem sucedido do avião elétrico da NASA Durante o dia os engenheiros testaram o  GL-10 em uma base militar cerca de duas horas de distância da base da NASA. O avião pilotado remotamente tem uma envergadura de 3,05 metros, oito motores elétricos nas asas, dois motores elétricos na cauda e pesa um máximo de 28,1 kg. A Nasa construiu 12 protótipos, no total, a partir de um simples modelo de 2 kg de espuma até 25 kg de fibra de carbono de alta qualidade. “O protótipo atual é mais silencioso do que um vizinho cortar a grama com um motor movido a gás” afirmam os engenheiros da NASA. Se a versão reduzida do GL-10 provar a sua destreza aerodinâmica, a equipe, com da NASA espera comercializar a tecnologia que pode ser usada para a entrega de pequenos pacotes, vigilância de resistências, agricultura, mapeamento e outras aplicações. Ainda de acordo com os engenheiros da NASA, uma versão ampliada, muito maior do que a testada teria aplicações como veiculo aéreo pessoal.
Confira o vídeo divulgado pela NASA do teste do GL-10.

domingo, 10 de maio de 2015

O Princípio de Exclusão de Pauli


São necessários três números quânticos n, l e m para definir um orbital. Cada orbital pode conter até dois elétrons, desde que eles tenham spins opostos. Um numero quântico adicional é necessário para definir o spin de um elétron no orbital. Portanto são necessários quatro números quânticos para definir a energia de um elétron num átomo. O Princípio de Exclusão de Pauli diz que um elétron num átomo não pode ter os quatro números quânticos exatamente iguais a nenhum outro. Pela permutação dos números quânticos, é possível calcular o numero máximo de elétrons que podem ser acomodados em cada um dos níveis energéticos principais.


Bibliografia: J. D. Lee, Química Inorgânica Não Tão Concisa. São Paulo: Edgard Blücher, 1999.
pag. 09

Célula Fotovoltaica

Célula Fotovoltaica
Se uma junção p-n for irradiada como luz, cujos fótons tenham energias que excedem a energia do intervalo entre banda, haverá rompimento de algumas ligações com a formação de elétrons e lacunas positivas, e esses elétrons serão promovidos da banda de valência para a banda de condução deixaram a região tipo n negativa, ao passo que os elétrons se recombinarão com a lacuna positiva na região p. Se as duas regiões forem conectadas através de um circuito externo, um fluxo de elétrons poderá fluir da região tipo n para  região tipo p, isto é, uma corrente fluir da região tipo p para a região tipo n. Tal dispositivo atua como uma bateria, que pode gerar eletricidade a partir da luz. Muitos esforços estão sendo feitos para se construir dispositivos eficientes que permitem aproveitar a energia solar.

Célula Fotovoltaica
Bibliografia: J. D. Lee, Química Inorgânica Não Tão Concisa. São Paulo: Edgard Blücher, 1999.

Afinidade Eletrônica

O que é Afinidade Eletrônica ?
Afinidade Eletrônica 

Explicação simplificada - Afinidade eletrônica é a energia liberada quando um elétron é adicionado a um átomo neutro gasoso.

Explicação completa - A energia liberada quando um elétron é adicionado a um átomo neutro gasoso é designado afinidade eletrônica. Geralmente apenas um elétron é acrescentado, formando um íon mononegativo. Dado que há liberação de energia, esse termo tem sinal negativo. A magnitude de afinidade eletrônica depende do tamanho e da carga nuclear efetiva. Tais valores não podem ser determinado diretamente, mas podem ser calculados indiretamente mediante ao uso do ciclo de Born-Haber.

Os valores negativos das afinidades eletrônicas indicam que essa quantidade de energia é liberada quando um átomo recebe um elétron.

Bibliografia: J. D. Lee, Química Inorgânica Não Tão Concisa. São Paulo: Edgard Blücher, 1999.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Embriões humanos são modificados geneticamente pela primeira vez

Uma pesquisa polêmica feita por cientistas chineses da Universidade Sun Yat-sen deu o primeiro passo (ao menos, publicamente) rumo à intervenção genética de embriões humanos, provocando um grande debate na comunidade científica.

O experimento consistiu na modificação do gene HBB, responsável pela talassemia, um transtorno hereditário que afeta a produção de hemoglobina e, portanto, a ação dos glóbulos vermelhos. Para isso, foram utilizados 86 embriões humanos, e os cientistas enfrentaram as duras críticas recebidas pelo projeto, por ser considerado perigoso e irresponsável do ponto de vista ético.
Além do debate ético, o resultado não foi particularmente bem-sucedido: 71 embriões morreram e em apenas 28 foi feita a modificação do DNA. Para evitar maiores críticas, os pesquisadores utilizaram embriões inviáveis e, depois de analisar os resultados, assumiram que eles reforçam a necessidade de uma compreensão maior da técnica de modificação do DNA e apoiam a ideia que as aplicações clínicas desse mecanismo talvez estejam prematuras no momento.
No entanto, o primeiro passo foi dado em uma direção que gera muitas discussões e temores no mundo da ciência, já que as mudanças na genética humana a partir do embrião poderão ter consequências inesperadas, como o aparecimento de uma nova doença hereditária.

Cientistas desenvolvem sistema que transmite emoção pelo ar

Pesquisadores da Universidade de Sussex, no Reino Unido, criaram um sistema chamado Ultraháptico, que permite criar sensações táteis através do ar, estimulando diferentes zonas da mão. Dessa forma, com correntes curtas e intensas de ar, afetando diferentes pontos da mão, sensações de felicidade, tristeza e medo poderão ser transmitidas. Por exemplo, ao tocar o ponto localizado entre o dedo polegar, o indicador e o meio da palma da mão, é possível causar excitação; ou, então, provocar sentimentos de tristeza ao estimular a parte externa da palma e da região em torno do dedo mínimo.
A diretora da pesquisa, Marianna Obrist, exemplificou a utilidade da criação da seguinte forma: “Imagine um casal que tenha brigado um pouco antes de ir trabalhar. Enquanto um dos dois está em reunião, tem uma sensação suave, transmitida por uma pulseira, que percorre sua mão até o meio da palma; uma sensação de conforto, indicando que o outro já não está mais zangado (...). Ou, então, um dançarino que, com o simples levantar de mãos, poderá receber um estímulo háptico para reforçar seus sentimentos de excitação e estabilidade”. Agora, Obrist ampliará sua investigação aos sentidos do paladar e olfato, dentro do projeto SenseX, que busca aprofundar a inovação em experiências sensoriais suplantadas por meios tecnológicos.
Além de lidar com as emoções humanas, uma aplicação desta tecnologia háptica seriam as telas sensíveis ao toque. Você, por exemplo, poderia folhear uma livro digital sem tocar na tela. A ideia funciona por pontos de pressão no ar, que projetam o feedback de força, que passa pela tela até atingir a mão da pessoa, que "sente as informações" sem o toque. De acordo com pesquisas, a tecnologia háptica teria três possibilidades de interação: gestos no ar, camadas de informações táteis e telas visualmente restritas - aplicativos específicos foram criados para cada uma.

terça-feira, 5 de maio de 2015

Pólos Geográficos e os Pólos Magnéticos Porque Eles São Diferentes?

Bússola

Provavelmente você já deve ter ouvido falar em  pólos magnéticos e pólos geográficos, esses termos por vezes causam confusão em muita gente, enquanto alguns mais curiosos, entendem porem se perguntam o porquê de existirem pólos magnéticos e pólos geográficos, e é isso que iremos explicar nesse artigo.

O que são pólos geográficos e pólos magnéticos? A constelação Crux (Cruzeiro do Sul), aponta para o polo sul celeste que equivale ao polo sul geográfico projetado na esfera celeste, assim como Polaris aponta para o polo norte celeste. Os pólos geográficos na prática consistem no ponto exato do eixo de rotação do planeta, onde um dia completo, que em outros pontos da terra como por exemplo a linha do equador é de 24 horas, no pólo geográfico sul por exemplo dura 12 meses, sendo 6 meses de completa escuridão e 6 meses de luz do dia ininterrupta. são esses pólos o Polo Norte, ou Ártico, está num ponto onde o oceano tem 4.087 metros de profundidade, e Polo Sul, ou Antártico, está a 2.992 metros acima do nível do mar, esses polos podem sofrer pequenas alterações com o passar dos séculos devido ao  próprio movimento de rotação da terra em relação à ela mesma. Já os pólos magnéticos por definição são os pontos onde um imã aponta para baixo de maneira a formar um ângulo de 90 graus em relação à terra. É de conhecimento do homem desde de tempos antigos que a Terra atua como um gigantesco imã, fato que se deve às correntes elétricas que fluem no núcleo liquido do planeta, conforme propôs o médico e também físico alemão Walter Maurice Elsasser, em meados do século XX, porém cerca de 10% da força do campo magnético ocorre devido à correntes elétricas produzidas pela ionosfera. Os pólos magnéticos não são simétricos como os pólos geográficos ou seja não são exatamente opostos um ao outro, e a linha imaginária que os forma uma ligação entre eles (o eixo magnético), não passa pelo centro exato da terra, mas a cerca de 530 km do mesmo.
 
A Bússola e os pólos magnéticos. É com base nos pólos magnéticos que as bussolas funcionam. Criada pelos chineses por volta do século IV, e chegando à Europa por volta do século XIII, o equipamento tornou possível as grandes navegações, porém somente no século XVII, que o físico inglês consolidou a teoria dos pólos magnéticos da terra explicando o porquê do funcionamento da bússola.

Qual a diferença entre os pólos geográficos e os pólos magnéticos? Os pólos magnéticos divergem dos pólos geográficos cerca de 1600 km, embora mudam de posição constantemente tendem a manter essa distancia aproximada. Até o início do século XIX, se acreditava que os pólos geográficos coincidiam com os pólos magnéticos, não obstante, o explorador inglês James C. Ross quando chegou pela primeira vez ao lugar do Ártico onde sua bússola apontava para o chão (o que deveria ser o polo magnético), descobriu que os ponto onde a bússola apontava não coincidia com o ponto onde acreditava-se ser o pólo geográfico. Nessa mesma época o físico Hans Oersted engatinhava com suas pesquisas sobre a relação entre o magnetismo e a eletricidade. Os pólos magnéticos da Terra não coincidem com os pólos geográficos devido à movimentação de cargas elétricas, que deslocam o eixo magnético do planeta


Matéria de  http://ciencia.me/hKyUa

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Viagem a Marte pode causar danos no cérebro, diz estudo.


lista de possíveis problemas a serem enfrentados pelos astronautas pioneiros de missões a Marte ganhou mais um item: o de estragos no cérebro. Um estudo da Universidade da Califórnia, divulgado na revista Science Advances, sugere que a longa exposição a raios cósmicos pode causar danos significativos ao sistema nervoso central, resultando em sequelas semelhantes às sofridas por pessoas com demência.

Raios cósmicos são formados por partículas de alta energia originadas no espaço e que viajam quase que na velocidade da luz. Cientistas acreditam que uma viagem a Marte, distante cerca de 226 milhões de quilômetros da Terra, duraria pelo menos nove meses. E os danos cerebrais poderiam ocorrer já durante a viagem.
"Isso não é uma boa notícia para os astronautas que poderão ser escolhidos uma missão a Marte. Déficits de memória e a diminuição de atividades cerebrais, por exemplo, poderão afetar partes críticas da missão. E a exposição às partículas poderá provocar problemas cognitivos para o resto da vida", afirma Charles Limoli, coordenador do estudo.

Proteção impossível



A equipe de Limoli fez testes com ratos, submetendo-os a sessões de irradiação num laboratório da Agência Espacial Americana (NASA) especializado em estudos com raios cósmicos.



A exposição a determinadas partículas resultou em inflamações no cérebro que dificultaram a transmissão de sinais pelos neurônios. Tomografias computadorizadas mostraram que a rede de comunicação cerebral foi prejudicada por danos a células nervosas chamadas dendritos - alterações que contribuíram para a redução de desempenho dos ratos em atividades ligadas ao conhecimento e à memória.



Tipos semelhantes de disfunções cognitivas são comuns em pacientes com câncer de cérebro que receberam tratamentos à base de radiação de prótons.



Segundo Limoli, defeitos cognitivos nos astronautas demorariam meses para se manifestar, mas o tempo de viagem para Marte seria suficiente para isso. O cientista ressaltou ainda que, embora os astronautas trabalhando na Estação Espacial Internacional por longos períodos também sejam atingidos por raios cósmicos, a intensidade do "bombardeio" é menor e eles ainda contam com um pouco de proteção da magnetosfera terrestre.



O estudo da Universidade da Califórnia faz parte de um programa da Nasa que procura entender os efeitos da radiação espacial em astronautas e possíveis maneiras de mitigá-los.



Limoli sugere que a cápsula que levará os astronautas à Marte tenha escudos de proteção contra radiação mais reforçados em áreas usadas para descansar e dormir. No entanto, não existe proteção total contra as partículas.



Outra solução podem ser tratamentos preventivos para os astronautas, incluindo o uso de novas drogas. "Mas as pesquisas ainda estão em desenvolvimento", explica o cientista.

Satélite explode na atmosfera e deixa toneladas de lixo espacial


Explosão de Satélite - DMSP-F3
O satélite estava orbitando a cerca 800 km de altitude e de acordo com os militares dos EUA, o objeto explodiu por causa da elevação súbita de temperatura no sistema de alimentação.
O acontecimento fez uma enorme nuvem de detritos, com pelo menos 43 fragmentos de grandes. O Satélite tinha o de DMSP-F13 (Defense Meteorological Satellite Program Flight 13), e teve seu lançamento realizado em 1995 com intuito de fornecer dados meteorológicos críticos às forças armadas americanas.
Os cientistas especulam que haja vagando no espaço cerca de 600 mil fragmentos maiores que 1 centímetro e mais de 16 mil maiores que 10 cm. Isso está gerando uma enorme preocupação para as agências espaciais, isso porque as chances desses fragmentos colidirem com outros satélite é grande.
Essa não foi a única grande explosão, em 2009, após um choque entre o satélite americano Iridium 33 e o russo Cosmos 2251, foi gerado nada mais nada menos que, 2 mil objetos fragmentados.
Caso esses detritos vierem em rota de colisão com a Estação Espacial Internacional será preciso fazer manobras para evitar a colisão com o lixo espacial.

domingo, 3 de maio de 2015

Energia de Ionização

Energia de Ionização

O que é a Energia de Ionização ?

Explicação simplificada - Energia de Ionização é a quantidade de energia necessária para remover o elétron mais fracamente ligado de um átomo gasoso isolado.

Explicação Completa - O fornecimento de uma pequena quantidade de energia a um átomo, pode levar a promoção de um elétron a um nível energético mais elevado, mas se a quantidade de energia fornecida for suficientemente grande o elétron pode ser removido completamente. A quantidade de energia necessária para remover o elétron mais fracamente ligado de um átomo gasoso isolado é designado energia de ionização.

As energias de ionização são determinadas a partir de dados espectroscópicos e são medida em KJ/ mol. É possível remover mais que um elétron da maioria dos átomos. A energia de ionização é a energia necessária para remover o primeiro elétron, transformando M em M+ . A segunda energia de ionização é a energia necessária para remover o segundo elétron e converter M+em M2+. Fornecendo-se a quantidade de energia equivalente à terceira energia de ionização é possível transformar M2+ em M3+, e assim por diante.

Fatores que influenciam a energia de ionização:

1. O tamanho do átomo;
2. A carga no núcleo;
3. A eficiência com que os níveis eletrônicos internos blindam a carga nuclear;
4. O tipo de elétron envolvido.

Esses fatores são geralmente  correlacionados. Num átomo pequeno,  os elétrons se encontram firmemente ligados, ao passo que num átomo maior os elétrons estão menos firmemente ligados. Assim a energia de ionização diminui a medida com que o tamanho do átomo aumenta.


Bibliografia: J. D. Lee, Química Inorgânica Não Tão Concisa. São Paulo: Edgard Blücher, 1999.
*conteúdo da página 76 cap 6.

Mais rápido que a luz

No século 19, muitos achavam que nunca seria possível viajar mais rápido que o som. Até que em 1947 o piloto americano Charles Yeager quebrou essa barreira a bordo do avião-foguete Bell XS-1. Essa história é às vezes usada para se argumentar que não existem limites à velocidade: com tecnologia adequada, qualquer tipo de barreira cairia. A velocidade da luz, no entanto, constitui um limite físico inexpugnável. Deslocando-se no vácuo a 1,08 bilhão de km/h, a luz, por princípio, não pode ser superada. Não importa a tecnologia.


A ideia de que existe uma barreira ao deslocamento dos corpos nasceu com a Teoria da Relatividade. Sua ideia central pode ser compreendida a partir de uma experiência que analisa pulsos de rádio (tanto o rádio quanto a luz são formas de ondas eletromagnéticas e se deslocam com a mesma velocidade). Imagine alguns desses pulsos sendo emitidos a partir da constelação Monoceros, a 16 mil anos-luz da Terra. Monoceros é um pulsar binário, formado por duas estrelas altamente compactas, ou estrelas de nêutrons, que giram uma em torno da outra. A gravidade que liga as duas é tão forte que elas percorrem suas órbitas a 720 mil km/h (300 mil km/s), ou 0,1% da velocidade da luz.

Com extraordinária regularidade, a cada 59 milésimos de segundo, uma das estrelas emite um sinal - como o tique-taque de um relógio - que pode ser monitorado da Terra. Ao girar em torno de seu companheiro, um pulsar às vezes se aproxima um pouco do nosso planeta e às vezes se afasta. Assim, podemos ficar tentados a pensar que a velocidade dos pulsos é maior durante a aproximação do que durante o afastamento. Mas, se fosse assim, os pulsos mais rápidos alcançariam os mais lentos, ao longo dos 16 mil anos-luz de viagem. E bastaria uma minúscula diferença de velocidade para misturar os sinais de maneira complicada.

Como nada disso acontece, essas observações confirmam o princípio relativístico de que a velocidade da luz é independente do movimento da fonte, ou do observador. Essa constatação produz uma consequência imediata para a possibilidade de uma viagem mais rápida que esse limite: obviamente, se a rapidez com que a luz passa não é afetada pelo movimento de uma pessoa, esta nunca poderá alcançar aquela.

Imagine o que aconteceria se um foguete partisse da Terra em perseguição a um raio luminoso. Quando o motor é ligado, a nave acelera e sua velocidade começa a aumentar. À primeira vista, nada impede que o motor continue a acelerar o foguete até a velocidade se tornar maior que a da luz. Mas há um impedimento. Um observador na Terra veria a nave acelerar, mas depois de certo tempo perceberia que a aceleração não corresponderia ao esforço do motor. À medida que se aproximasse da velocidade da luz, a nave precisaria gastar mais e mais combustível para conseguir um aumento cada vez menor de velocidade. O observador enxerga esse fato como um contínuo aumento da massa da nave, que cresce sem limite ao se aproximar da velocidade máxima do Universo. A massa extra torna o foguete mais resistente à aceleração, e nenhum acréscimo no impulso o faria atingir a velocidade da luz.

É possível acelerar partículas subatômicas a uma velocidade quase igual à da luz, mas as regras da física não mudam: continuam determinando que não é possível acelerar um objeto material além desse limite.

Mesmo assim, existe uma saída teórica para a ideia de ultrapassar a velocidade da luz. Para alguns físicos, pode haver partículas que simplesmente existem a uma velocidade superior ao limite de rapidez do Universo. O nome dessa partícula hipotética é táquion. E a ideia funciona porque a Teoria da Relatividade não faz restrição a objetos que sejam sempre mais velozes que a luz. Ou seja, os táquions também obedecem às regras da física, mas de um jeito diferente.

Se os táquions existem, devem ter propriedades estranhas. As partículas comuns, por exemplo, têm mais energia quando se deslocam mais velozmente; os táquions teriam menos energia. Dessa forma, se um deles perder energia, será acelerado. E, se tiver energia zero, sua velocidade será infinita, capaz de cruzar o Universo instantaneamente. Isso porque o conceito comum de massa não se aplicaria a essas partículas, que têm o que se chama de massa imaginária. Enquanto é preciso gastar energia, ou realizar trabalho, para acelerar massas comuns, deve-se realizar trabalho para desacelerar um táquion.

O simples fato de a natureza permitir a existência dos táquions, no entanto, não significa que eles existam. Mas vale imaginar onde eles poderiam ser encontrados. Uma possibilidade é o Big Bang. Afinal, foi durante a grande explosão que deu origem ao Universo que toda a matéria foi produzida. Talvez a tórrida fase primordial do cosmos tenha deixado resíduos taquiônicos que depois se espalharam pelo espaço. Os astrônomos sabem que o Universo contém muita matéria sob forma desconhecida; é intrigante a sugestão de que parte dela esteja em forma taquiônica.

A linha do tempo

Para testar essa possibilidade, é preciso saber como os táquions se comportam em um Universo em expansão. Um gás comum, por exemplo, fica mais frio quando se expande. Isso significa que suas moléculas, em agitação caótica quando quentes, aos poucos se aquietam. De forma semelhante, um gás de táquions também perderia energia, mas, como ele respeita as regras da física do avesso, ficaria ainda mais acelerado. Assim, conforme se aquece ao longo da expansão, quando chega à energia zero, a velocidade dos táquions se torna infinita. E as partículas deixam de existir. Esse desaparecimento súbito pode ser entendido com a ajuda do diagrama ao lado. No gráfico, o limite é a velocidade da luz, que aparece inclinada em 45 graus, correndo a distâncias iguais tanto do eixo do espaço quanto do eixo do tempo.

Partículas mais rápidas que a luz, como os táquions, têm ângulo mais acentuado que 45 graus. Tendem a ficar horizontais quando a velocidade se aproxima do infinito. Ou seja: é como se estivessem em vários lugares simultaneamente e o tempo não passasse para elas. Na prática, elas somem do diagrama. Deixam de existir no espaço-tempo. Caso tenha sido este o destino dos táquions após o Big Bang, a esperança de encontrá-las tende a zero.

Ou quase: em 1974 um grupo de pesquisadores da Universidade de Adelaide, na Austrália, registrou o trajeto de uma partícula em tempo tão curto que só poderia ter sido feito em velocidade superior à da luz. A partícula foi vista em raios cósmicos - criados na alta atmosfera pelo choque de núcleos atômicos vindos do espaço. Todas as tentativas de registro posteriores deram resultado negativo e qualquer físico em sã consciência continuou cético quanto à possibilidade de alguma coisa superar a velocidade da luz.

O centro das dificuldades é uma dedução da Teoria da Relatividade: de que um objeto capaz de superar essa velocidade também pode viajar para o passado. Nosso diagrama aqui ajuda a entender o motivo. Ao desenhar a trajetória do táquion do ponto de vista de um observador imóvel (o sujeito que aparece parado no desenho), a linha fica inclinada para cima, enquanto que a outra, vista pelo observador em movimento (o bonequinho correndo), fica inclinada para baixo. O problema: o tempo corre para cima no diagrama.

Essa possibilidade cai como uma bomba sobre a ideia de causa e efeito. Se o táquion fosse uma bala de canhão disparada na direção de um alvo, o alvo explodiria antes de o canhão ser disparado. Também é possível interpretar essa situação dizendo que a explosão do alvo é a causa do disparo - e não seu efeito. De uma maneira ou de outra, eventos que são aceitáveis para o observador imóvel parecem bizarros aos olhos do que se move. Tais possibilidades inspiram paradoxos divertidos ou tormentos metafísicos, dependendo da inclinação pessoal de cada um.
Para muitos físicos, esses paradoxos temporais acabam com a possibilidade de existência dos táquions. Mesmo assim, uma conclusão parece certa: embora conduza a possibilidades difíceis de compreender, a existência dos táquions não viola as leis da natureza. Então talvez seja possível invocar a seu favor uma curiosa regra informal da ciência: se algo não é estritamente proibido, a natureza tende a produzi-lo de uma forma ou de outra. Não deve causar surpresa se um dia alguém surgir com evidências desse estranho viajante do espaço-tempo.

sábado, 2 de maio de 2015

Trio ganha Nobel de Química de 2014 por avanço em microscopia

O Prêmio Nobel de Química de 2014 foi oferecido nesta quarta-feira (8) a Eric Betzig, Stefan Hell e William Moerner por trabalhos que levaram a capacidade dos microscópios a um novo patamar.
Ganhadores do Nobel de Química de 2014 (Foto: Reprodução/Real Academia de Ciências da Suécia)
Por décadas os cientistas assumiam que os microscópios ópticos teriam um limite de capacidade: eles nunca teriam resolução maior que metade do comprimento das ondas de luz. Com isso, era possível observar uma bactéria, mas não um vírus em detalhes, por exemplo.
Ilustrações: Real Academia de Ciências da Suécia
O trio laureado desenvolveu técnicas que aumentaram consideravelmente a capacidade de observação de processos em seres vivos enquanto eles acontecem -- em nível molecular. Assim, se hoje os pesquisadores são capazes, por exemplo, de enxergar como um neurônio faz a sinapse (comunicação) com outra célula neural, isso se deve ao trabalho dos premiados desta quarta.
 Um dos métodos desenvolvidos é o chamado STED, apresentado por Stefan Hell em 2000. Ele usa dois raios laser: um estimula moléculas fluorescentes a brilhar, e outro "apaga" toda a fluorescência que aparece fora do local que se deseja observar. Um escaneamento das moléculas tornadas brilhantes pelo laser resulta em uma imagem de altíssima resolução.
Eric Betzig e William Moerner, que trabalharam separadamente, criaram as bases para outra metodologia, que se baseia em "ligar" e "desligar" a fluorescência de moléculas individuais e fazer diversas imagens com cada uma delas "acesa" ou "apagada". A justaposição dessas imagens resulta numa retrato de alta resolução da estrutura a ser observada.
As técnicas desses três cientistas hoje são amplamente usadas em pesquisa e aplicações médicas. Graças a elas foi possível, por exemplo, entender como determinadas proteínas se comportam em organismos de pessoas com doenças como Parkinson e Alzheimer. Novas descobertas usando o conhecimento produzido por eles são feitas diariamente.
Eric Betzig nasceu em 1960 em Ann Arbor, nos EUA,  é americano e trabalha no Howard Hughes Medical Institute, no estado da Virgínia. Stefan Hell, nascido em 1960, é alemão nascido em Arad, na Romênia. Ele atua no Instituto Max Planck para Química Biofísica, em Göttingen, e no Centro Alemão de Pesquisa de Câncer, em Heidelberg. William E. Moerner, nascido em 1953 em Pleasanton, nos EUA, é americano e trabalha na Universidade Stanford, na Califórnia.
A série de três imagens exemplifica o ganho proporcionado pela técnica de Betzig. À esquerda, a imagem da membrana de um lisossomo, uma organela celular, feita com microscopia convencional. No meio, a mesma organela, em uma das primeira imagens feitas pelo cientista com seu novo método. À direita, uma ampliação dessa imagem revela as moléculas da membrana (Foto: Divulgação/Real Academia de Ciências da Suécia)
Confira abaixo os vencedores do Nobel de Química dos últimos anos:
2013: Martin Karplus(EUA-Áustria), Michael Levitt (EUA-Reino Unido) e Arieh Warshel (EUA-Israel)
2012: Robert Lefkowitz e Brian Kobilka (EUA)
2011: Daniel Schechtman (Israel)
2010: Richard Heck (EUA), Ei-ichi Negishi e Akira Suzuki (Japão)
2009: Venkatraman Ramakrishnan e Thomas Steitz (EUA), Ada Yonath (Israel)
2008: Osamu Shimomura (Japão), Martin Chalfie e Roger Tsien (EUA)
2007: Gerhard Ertl (Alemanha)
2006: Roger Kornberg (EUA)
2005: Yves Chauvin (França), Robert H. Grubbs e Richard R. Schrock (EUA)
2004: Aaron Ciechanover e Avram Hershko (Israel) e Irwin Rose (EUA)

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Grupo de voluntários para colonizar Marte em 2023 se reúne nos EUA

Os primeiros voluntários para fazer uma viagem sem volta a Marte daqui a nove anos se reuniram no sábado (3) em Washington, nos EUA, para assistir a uma palestra sobre a missão privada que pretende colonizar o planeta vermelho. O projeto é da empresa holandesa Mars One, que precisa arrecadar R$ 13,8 bilhões até lá.
Ilustração mostra como seria o abrigo dos turistas que viajariam até Marte com a Mars One (Foto: AFP)
Quarenta pessoas de várias partes dos EUA e do Canadá ouviram, em um auditório da Universidade George Washington, a apresentação do cientista holandês Bas Lansdorp, presidente e cofundador da Mars One.
A iniciativa sem fins lucrativos foi lançada em abril e pretende enviar a Marte, em 2022, uma primeira equipe de quatro desbravadores, que chegará ao planeta sete meses depois, já em 2023.
Cerca de 78 mil voluntários já se inscreveram para essa aventura, que terá alguns processos de seleção.
"Estabelecer uma colônia permanente em Marte implica ir sem voltar. Isso parece impressionante, mas não se pode esquecer que, na história de nosso planeta, as pessoas que partiram em viagens de exploração deixaram para trás suas famílias", explicou Lansdorp à AFP.
"O próximo passo lógico é Marte", acrescentou. E a colônia receberia provisões a cada dois anos, segundo Lansdorp.
"A primeira missão terá como objetivo trabalhar no sistema de suporte à vida", explicou o cientista, admitindo que o ambiente em Marte é muito hostil, carece de oxigênio e tem uma temperatura média de -63° C.
No entanto, o cientista destacou que o meio em que a Estação Espacial Internacional (ISS) – localizada a mais de 300 km da Terra – opera é ainda mais hostil.
Para Christine Rambo, uma bibliotecária de 38 anos de New Jersey, Marte será a próxima grande etapa de explorações. "É como Cristovão Colombo descobrindo a América", compara.
Jesse Lemieux, mecânico aeronáutico de 40 anos e morador do Maine, entusiasma-se com a ideia de poder ver as paisagens de Marte e explorar se há algum tipo de vida, mesmo que seja uma bactéria. "Espero ver marcianos", acrescentou.
Doações estão sendo feitas para o projeto da Mars One, mas Lansdorp não indicou o montante arrecadado até agora.